15 de fev. de 2012

Escrever (nem) sempre (não) é sofrer

Um piano
mil almas condensadas
em asas que esvoaçam
os olhos fecham de cansaço
e a musica embala
uma consciência pesada
de lágrimas e sorrisos
de momentos perdidos
e muitas inseguranças
de quem não vive por gosto
que a vida sem desgosto
e um conto de fadas
sem sal nem fel
a vida só me sabe
em cada novo rasgar de pele
a descoberta do abismo
e fazer dele
porto de abrigo
viver de ti, e viver do perigo
do amor á adrenalina
de cada novo segundo
como se segurasse o mundo
na ponta dos dedos...



Vem amor
beija me...e alivia me desta dor...

8 de fev. de 2012

http://www.youtube.com/watch?v=ZL1b4VC50VY&feature=related

Sonhos
quem não os tem
e ainda que na boca do povo
haja sempre algum desdém
o mundo roda
com a intenção do nosso sopro
movido com a força do desejo
e eu segrego a esperança
de um ultimo beijo
Admito
Carrego em ti
todo o meu fado
as magoas e as caricias
fecho os olhos
que choram momentos passados
de tanto que ficou por dizer
tudo que sempre te quis mostrar
dias pareciam segundos
numa caneta que escreve
para te abraçar

e agora prestes a regressar
aos maiores palcos
de todos os dias
és tu que me atormentas por segundos
por o pé na nuvem mais alta do nosso céu
as teclas do piano acalmam a raiva dos anjos
e uma suave melodia escorre
na sofreguidão reflectida nos teus olhos
verdes brilhantes,dois enormes mar de perdição
o meu desejo acumulado
nestas horas todas de frustração
esqueco os demónios interiores
e sorrio
despeço me amargamente das dores
e caminho em direcção ao meu porto de abrigo
Amor, vamos viver?

5 de fev. de 2012

Onde estou?

Hoje navego por aqui
neste mar solto de tudo
o medo e um fado obscuro
num caminho percorrido
entre tudo e o destino

faço de ti a minha utopia
fugir,a eterna felicidade
as ruas palmilho-as sem destino
numa outrora minha
hoje cinzenta,deprimente, cidade

na metáfora que este caminho
nada mais tem para conquistar
estes dias são ferias
apenas, das batalhas que tenho a travar
e se a família fica aqui
infelizmente
a outra casa à muito que chamo lar

sempre o mesmo timbre
na despedida, que aguardo agora
sem convicção dum futuro melhor
sou homem sem brio
não tenho terreiro,a muito procuro outro recreio
entre baforadas de um cigarro
onde fica a beata espalmada no passeio
sem essência
hoje sem ti amor
sinto uma eterna decadência
melancolia miserável

e se as guitarras não calarem
a voz de um povo mudo
faço de mim herói de papel

hoje sou eu
quem escreve
a lágrimas prensadas
com o mais acre fel.
e faço-me sobrevivente
escritor é
loucura na saudade...